Como funciona a importação de energia elétrica no Brasil?
A importação de energia elétrica no Brasil é fundamental para atender toda a demanda dos brasileiros. Entenda mais!
Quando falamos sobre os processos de importação dentro de um país, logo nos vem à mente objetos, alimentos e outros meios de consumo, como calçados, carnes, eletrônicos, equipamentos, dentre tantos outros.
Contudo, um outro produto que ganhou destaque entre os mais importados para o Brasil em 2020, gerando um gasto de quase 15 milhões de dólares só nos 5 primeiros meses, segundo os dados do Conex Stat, é a energia elétrica.
Dentre as quatro maiores categorias, esse produto se destacou bastante, embora tenha tido uma redução de 54% na demanda, se comparada ao mesmo período no ano passado.
No post de hoje da RWLog, falaremos um pouco mais sobre isso e te mostraremos como funciona a importação de energia elétrica no Brasil. Continue lendo o conteúdo e confira!
Por que há importação de energia elétrica no Brasil?
Devido a diversas hidroelétricas que há em no Brasil, é muito comum as pessoas ficarem em dúvida quanto à importação da energia elétrica. Isso acontece, pois, apesar de o nosso país ser dono de 50% da segunda maior usina do mundo, a binacional de Itaipu, ainda é preciso recorrer a outros meios para suprir toda nossa demanda.
Itaipu, por exemplo, atende apenas 15% do nosso território. Com isso, somado às outras usinas hidroelétricas, o Brasil consegue atender cerca de 70% do país. Para suprir os outros 30%, é preciso recorrer a importação.
Com isso, nosso país é o maior importador desse produto na América do Sul, importando quase 87% de toda a energia negociada entre os países da região. Uruguai, Venezuela e Argentina são os maiores exportadores.
Para isso, é adquirida, pelo Brasil, uma cota dos quilowatts que podem ser utilizados daquela usina, como se fosse uma ação e, caso não utilize tudo o que foi comprado, ela é renovada.
Estando nas lideranças, o Uruguai e a Argentina, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico, exportaram cerca de 1131 GWh para o Brasil em 2018. Foi a maior alta em 17 anos, mas essa necessidade foi devido a baixa no reservatório.
Embora, percentualmente falando, tenha sido baixo, cerca de 0,24% da energia consumida no país, é bem relevante, pois outra alternativa seria utilizar energia termelétrica que produzimos internamente, porém, seu custo acaba se tornando muito mais elevado, o que pesa ainda mais no bolso do consumidor final.
Além disso, a importação de energia elétrica, além de ter custos reduzidos, também contribui para poupar água das hidroelétricas e ter maior garantia nos períodos em que há maiores secas, o que é comum em algumas estações no nosso país.
Já a energia que importávamos da Venezuela, não entram nessa conta. Isso aconteceu, pois entre os anos de 2001 e 2019, através do Linhão entre Hugo Chávez e Fernando Henrique Cardoso, o estado de Roraima não estava no Sistema Interligado Nacional, sendo importada somente para o estado.
Contudo, devido a diversas crises humanitárias que estão acontecendo no país vizinho, além dos apagões constantes e o atraso de pagamento, a companhia Roraima Energia, que era subsidiária da Petrobras, começou a aumentar seu fornecimento para suprir um pouco mais a demanda.
Porém, além de sermos um dos maiores importadores de energia elétrica da América do Sul, também exportamos de vez em quando, principalmente em situações emergenciais, onde enviamos para países vizinhos como Argentina e Uruguai.
Recentemente, por exemplo, o Ministério de Minas e Energia 268 e 272/2020, que permite a exportação até 31 de dezembro de 2022, desde que isso não cause um aumento de custos no bolso dos brasileiros.
Equipe RWLog