Paridade do euro e dólar, como afeta o mercado de importação e exportação?
Exportação em alta e importação mais cara não ocorriam há duas décadas; saiba mais conosco
Algo que não acontecia há pelo menos duas décadas é realidade. Hoje, dólar e euro estão em situação de paridade, ou seja, as duas moedas registram o mesmo valor.
Esse cenário se deve a alguns fatores, como a inflação mundial em alta, os juros dos Estados Unidos em ascensão e a crise energética na Europa decorrente da guerra da Ucrânia.
Com a moeda europeia perdendo 12% do seu valor e a moeda norte-americana forte em 2022, seus valores ficaram iguais. Mas, afinal, quais os impactos dessa igualdade para os rumos da economia mundial?
Por que ocorreu essa paridade?
O que fez com que hoje tenhamos essa paridade entre euro e dólar vem do fato que investidores estão descrentes sobre a zona do euro, região que vem perdendo força com o passar dos anos.
Outro fator muito importante é a taxa de juros, comparando as duas pontas. Europa e Estados Unidos contam com uma disparidade muito alta.
Para o investidor, é muito mais vantajoso colocar seu capital em títulos americanos, afinal de contas o risco é bem menor.
Crise Europeia
O medo de uma recessão no continente europeu acarretou na perda de valor da sua moeda frente ao mundo inteiro. Devido a crise energética ocasionada pela guerra entre Ucrânia e Rússia, o BCE (Banco Central Europeu), levando em consideração a alta dos juros em comparação com a economia norte-americana, está com medo de uma recessão econômica ainda mais forte.
Como essa paridade afeta a economia brasileira?
Como o dólar é a principal moeda na comercialização mundial, isso afeta não somente o Brasil, mas o mundo inteiro. Ao longo do Século XX, em virtude de ter se tornado uma moeda muito estável, passou a frente da libra esterlina, do Reino Unido, como uma referência monetária mundial.
Com a confiança que lhe foi depositada, o dólar começou a ser comprado por bancos e governos, para que pudessem fazer uma reserva em moeda estrangeira e, dessa maneira, fazer empréstimos em dólar para outros países.
Quem tem o controle do dólar são os Estados Unidos, porém, a forma com que cada moeda ao redor do mundo reage a ele é dependente da sua economia local.
Ou seja, o fato de o dólar estar alto em uma região como toda a América do Sul, por exemplo, tem a ver com a instabilidade da região, que afeta o investimento estrangeiro. Sem a confiança dos investidores, temos menos dólar circulando nos países, o que pode refletir em maior alta do câmbio.
Como isso tudo influencia na exportação e importação?
Exportações
Assim como o Brasil, muitos outros países operam parametrizados ao dólar. Isso significa que, quando exportamos, o principal fator é a moeda norte-americana, o dólar.
O Brasil tem alto índice na exportação de commodities (arroz, soja, carne e até petróleo) para outros países. Lembrando que são produtos igualmente utilizados no comércio, também no consumo nacional.
Portanto, se os produtores decidem aumentar o percentual de seus produtos para exportação, podem diminuir a oferta para o mercado brasileiro. Com isso o aumento do preço dos produtos nos supermercados e postos de gasolina sobem, para que os produtores encontrem um equilíbrio nas vendas.
Portanto, caso o valor das exportações esteja alto, os produtos brasileiros se tornam mais competitivos no setor e podem levar a balança comercial lá pra cima.
Importações
O Brasil tem um alto consumo de produtos importados como smartphones, tablets, notebooks, dentre outros. Assim como alguns veículos são importados e, quando há uma alta no dólar, seus preços também acompanham a subida.
Mesmo empresas já estabelecidas no Brasil podem sofrer o impacto pelo valor alto do dólar, já que gastarão mais para importar peças ou equipamentos.
Seja por conta da aquisição de matéria-prima estrangeira ou a aquisição de produtos finais para aquecer o mercado doméstico, as importações sofrem bastante com a alta do dólar perante o real.
Equipe RWLog